terça-feira, 20 de março de 2007

Dos Ovos de Páscoa

Lamento verdadeiramente ser eu a responsável por alguns sonhos inocentes serem destruídos, a sério que lamento, mas há em toda esta história dos ovos de Páscoa uma série de enormes incoerências. Coisas que contrariam toda e qualquer lei cientifica e que, ainda assim, toda a gente fecha os olhos 'em nome da tradição'. Mas, objectivamente, vejamos.
Um coelho é um mamífero, certo? Certo. Não é de grande porte, não se desloca sobre duas patas, e quanto muito o seu pelo varia entre o branco e o castanho, passando por cinzentos que não são de grande relevância. Depois, nunca ninguém teve conhecimento, também, de algum coelho que fosse capaz de fabricar cestos. Continuando, sendo o coelho um mamífero não põe ovos e, subsequentemente, nunca nasceria de um ovo.
Ignoremos, por instantes, todas estas constatações óbvias a que chegamos. Supondo que um coelho pode nascer e pôr ovos, ainda assim não teria qualquer fundamento que estes fossem de chocolate. Seria necessário o coelho ser capaz de produzir, autonomamente no seu organismo, cacau. Isso é, mais uma vez, impossível. (Há sempre a tal hipótese da manipulação genética mas sejamos realistas, não me parece)
Mas mais uma vez, deixemos para trás todos estes raciocínios. É, neste momento do nosso pensamento, possível que um coelho nasça e ponha um ovo de chocolate. Sobra ainda uma questão. De onde raio vem o brinquedo? Por obra do divino espírito santo? Vendo bem, não parece tão disparatado, tendo em conta que foi um coelho a pôr o ovo de chocolate...
Agora, depois de expostos tantos erros de raciocínio nesta história do Ovo, digam-me. Mas como é que ainda tentam fazer uma criança acreditar que, no domingo de Páscoa, vem um coelho enorme, muitas vezes cor de rosa, aos pulos pelo nosso jardim, com um cesto na mão e a distribuir ovos de Páscoa (com brinquedo incluído) como se não houvesse amanhã?