quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Reservado a jovens

Eu já vi muito tipo de descriminação. Um gajo de bigode armado em mete nojo que não gostava lá muito de judeus, uns outros vestidos de branco que não achavam muita graças aos negros, aqueles politicos simpaticos que mandam os chineses e os indianos de volta para a terra deles, sei lá mais quantos! Agora, discriminação contra os jovens? A história é a seguinte, um café simpático à beira-mar composto por varios barquinhos onde as pessoas se sentam. Tudo muito bem, tudo muito bonito. E depois vemos que prá í quatro barquinhos tem uma placa onde está escrito 'Reservado a jovens'. Pensei eu que era simpatico da parte deles, ter uns lugares sempre disponiveis para os jovens que, juntamente com os strangers, são os clientes principais do lugar. E segui a minha vidinha sentar-me num barco num cantinho mais reservado, barco esse que não era dos tais 'reservados a jovens'. Até que vem a querida da empregada avisar que não podiamos estar ali sentados, que teriamos de mudar de lugar, para um lugar 'de jovens'. Eu estranhei... Era obvio que havia lugares 'especiais' para nós mas se o café estava praticamente deserto e nos queriamos sentar noutro canto qualquer, fosse por que motivo fosse, não podiamos ficar noutro lugar qualquer? Ao que parece não. Eu posso estar só a especular mas, pelo ar da senhora, quis me parecer que se não nos dirigissemos aos lugares que nos eram reservados, como nos pediu muito gentilmente, seriamos corridos de lá à vassourada. Quase que imagino que se os quatro barquinhos 'dos jovens' estivessem cheios seriamos amavelmente convidados a ir gastar o nosso dinheiro para outro lado qualquer. Oh, discriminação contra os jovens... realmente esta gente não tem imaginação para qualquer coisa melhor!

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Sinal sonoro

Não sei o que é que eu tenho mas é com certeza qualquer coisa de anormal. Porque não é credivel uma só pessoa conhecer tanta gente com risos, digamos, invulgares.
Considere-se a seguinte situação, estamos em pleno centro da cidade, movimentado o bastante, cruzamo-nos com um amigo numa passadeira qualquer e conversa puxa conversa ficamos parados numa berma de estrada durante certa de meia hora. Nada de estranho até aqui. Agora tenhamos em conta que quando nos juntamos os três, como somos pessoas deveras serias, as conversas tendem a ser um tudo ou nada hilariantes e, como é obvio, conversas hilariantes trazem gargalhadas. Numa tentativa frustada de descrever o riso da Lucia diria que é semelhante ao sinal sonoro de um semáforo para peões, agudo e tudo. No momento isso nem me passou pela cabeça, mas se um ceguinho qualquer passasse por lá no momento haveria um grande perigo de acabar a noite debaixo de um autocarro amarelo. É perigoso e, comigo, é do que mais acontece...

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Será desta?

Recomeçou! A tentativa de quebrar o recorde de 37 pais-natais por prédio invade novamente as ruas da cidade. A loucura é colectiva e até no meu prédio se já há um pai-natal! Eles andam aí, fiquem avisados. Em todo o lado possível e imaginário, nas janelas, chaminés, exaustores, qualquer coisa. Pendurados em escadas, escadas luminosas, cordas, cordas luminosas, agarrados à parede, tudo. Quanto a mim só me resta uma pergunta. Porque raio é que metem os pais-natais armados em assaltantes, pendurados às janelas, quando é do senso comum que ele chega de trenó voador? Tenham juízo!

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Publicidades

Se há coisa que me irrita é publicidade enganosa. Imensa desculpa a quem a faz por motivos que lhe são superiores, mas a verdade é que irrita.
Duvido que exista quem desconheça aquele bela história da senhora do gás, com pinta de super-modelo e uns super saltos-altos, que transporta ao longo de uma cidade utópica, onde até os trolhas são lindos de morrer, a nova garrafa de gás Pluma.
Tão publicitada pelo seu diminuto peso, a mítica 'garrafa' custa exactamente o mesmo das antigas mas, e meus amigos tinha de ter um mas, tem menos um kilo de gás. Ok, pensa-se, não há grande problema em pagar o mesmo por um kilo a menos se não tivermos de nos armar em halterofilistas de cada vez que tivermos de levar o gás do carro para casa. Afinal, se uma gaja qualquer nuns calções minusculos e saltos de baile consegue eu também consigo.
E lá fui eu trocar a minha garrafinha de gás, normal como sempre a foi, por uma Pluma. Deram-me uns papeis para a mão 'para controlar as mudanças e terem uma estatistica', disseram eles. Eu por mim tudo bem, desde que a garrafa de gás fosse mais levezinha, tudo bem. Depois fizeram-me pagar mais cinco euros, eu tudo bem mesmo sem perceber o porquê daquilo, afinal a troca era gratuíta. 'É pela devolução da garrafa antiga' disseram eles, e eu acreditei. E finalmente chego à rua, a minha nova Pluma à minha espera, a implorar quase que eu a levantasse sem esforço e a enfiasse no porta-bagagem. Feliz e radiante, estendi os braços para a garrafa e levantei-a e qual não a minha surpresa quando percebo que o raio da Pluma pesa quase a mesma coisa do que a garrafa de gás comum (tirando talvez o kilo de gás que eu pago e não levo)! Percebem agora porque é que a publicidade enganosa me irrita tanto?

domingo, 19 de novembro de 2006

Camera, acção

Esta tarde dirigi-me para o cinema com fé de ver um bom filme. O caso foi o seguinte, eu nem costumo ser uma pessoa mal dizente mas acontece que o filme puxou por mim. Não choro os meus três euros que poderiam ter sido melhor empregues no cafézinho matutino e em esmolas para aquelas gentes que ganham mais que nós, fiquem já a saber. Vim a descobrir que o filme tinha sido feito na decada de oitenta, tudo bem, nada contra que muitos bons filmes já vi e alguns até mais antigos, mas com o começar da película dei de caras com um cenário bem familiar, o filme tinha sido rodado, grande parte, cá na ilha. Penso eu 'Meu Deus! Um filme francês gravado na ilha? Vai ser bonito vai.' E aí os senhores actores começam a falar. Qual não é o meu espanto com a total ausência de legendas. Eu sei que tive três anos de francês, mas não vão por aí. Com o decorrer da história, dei largas à imaginação e pus-me a inventar falas para as personagens. Ainda me diverti, digo. Que ver as caras de dois actores na cama e eu a imaginar uma conversa recheadinha de expressões regionais sobre a vida estar cara e este tempo dar umas tremendas dores nas 'aduelas' tem a sua graça. Mas digo, não salvou o filme. Que se ao menos o argumento valorizasse o facto de para mim aquelas gentes não me parecerem mais que peixes num aquario, a abrir e fechar a boca e a não dizer nada... Mas não, oh argumento mais triste, oh efeitos mais mal conseguidos. Valha-me ter reconhecido dois ou três formosos figurantes que hoje são senhores gordos e de bigode da alta sociedade regional.
Mas pensei, pensei que entre aquele filme de há vinte anos atrás e hoje não mudou assim tanto. Mudaram-se algumas estradas e pintaram-se uns edificios. Montaram-se umas Zaras por aí e espetaram-se uns apartamentos no meio do mato. Mas fora isso, ficou tudo mais ou menos igual. Até o presidente, deus o guarde, é o mesmo.
Oh enfim, podia ter sido pior, podiam ter passado os morangos.

sábado, 18 de novembro de 2006

Vai mais uma greve?

É certo que nos ultimos tempos o que mais tem acontecido por aí são greves. Greves de funcionários públicos, greves de alunos, greves do raio que os parta todos. Deviam os alunos do básico, também eles, fazer uma greve. Usem os seus direitos, peçam aquilo que merecem. Deviam ir todos para a rua, gritos de revolução e bandeiras em mão, exigir sandes com marmelada! Sim, porquê comer pão com queijo todos os dias? Era uma greve, geral, bem planeada e assim sim iamos ver este país a evoluir.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Incoerências

Tenho vindo a pensar que conceitos de cidadania e economia simplesmente não combinam.
É do censo comum a certeza de que os níveis de desemprego estão assustadoramente elevados, sim senhores ninguém discorda. Também é certo que deitar lixo no chão é civicamente errado. Mas veja-se, ser varredor de ruas é emprego, certo? E para existirem varredores de rua tem de haver algo para se varrer. Então porquê todas aquelas campanhas do 'a vida é bela, não deites lixo pela janela' e 'passeia o cão, não deites lixo no chão' ou o caraças? Desde pequeninos que nos dizem 'Deitar lixo no chão é mau, é feio, é incorrecto'. Agora penso eu. Vamos lá supôr, ninguém deitava lixo no chão. Sabem me dizer quantas pessoas iriam ficar sem trabalho? Eu cá não sei, mas suponho que bastantes. Que ninguém contrata cabeleireiros quando é careca.
Digo, deitem lixo para o meio da rua, garantam o emprego a alguém!

(E deixo cá um aparte, ausento-me durante uns dias. Fui para a capital.)

domingo, 5 de novembro de 2006

Consequências da evolução tecnológica

É com muito pesar que informo que o caralhinho encontra-se em vias de extinção. Aquele secular instrumento com as mais diversas aplicações e a sua peculiar forma corre o risco de nunca mais ver a luz do dia. Hoje em dia, ao que parece, os jovens já não se interessam pelo caralhinho. Dizem os entendidos na matéria que a culpa é das constantes inovações tecnológicas, de que os jovens tanto gostam, que lhes ocupam todo o tempo. Preferem então ficar a jogar Playstation do que a tratar do caralhinho. Existem ainda aquelas raras excepções que tentam, em vão, dedicar-se a essa arte mas ficar todo o dia sentado num banquinho de madeira com o dito caralhinho na mão não é oficio facil. Já não se ganha a vida assim. Parece então que o caralhinho tem os dias contados, ou acaba de vez ou rende-se à automação.



PS.: Aos que tiveram a infelicidade de chegar cá desconhecendo por completo o significado da expressão caralhinho informo então que se trata de um instrumento de pau utilizado para fazer poncha.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Espaço publicitário

Quem segue a programação televisiva sabe que se chegou, mais uma vez, aquela terrível época em que o espaço publicitário dura, como se no dia-a-dia já fosse pouco, mais de metade do tempo do programa. Sim, chegaram as televendas em horário diário, versão infantil. Porque, e Novembro só agora começou, estamos a chegar ao Natal. Natal não é, desenganem-se, sinónimo de paz e amor e Jinglle Bells cantado nas esquinas do mercado. É sim época de gastar toneladas de dinheiro em presentes para gente que possivelmente nos vai oferecer um par de meias brancas com uma risca vermelha. Ou no caso, não vai oferecer absolutamente nada. Cerca de um mês antes do dia em questão começa a passar em todos os canais, ok todos não vá-se lá entender, publicidade de brinquedos. Ponto comum com as televendas? São exactamente as mesmas tretas desde sei lá quando. Outro ponto comum? Niguém quer saber! Ninguém execpto os putos que desatam a berrar que querem o Spiderman ou o raio que os parta e não se calam com isso. É que nos dias que correm já nem se pode dar ao luxo de dizer 'Escreve lá uma carta ao Pai Natal e vai esperar pelo dia 25'. Os miudos já não acreditam no Pai Natal e quem se lixa no meio disto tudo é quem leva com eles.
Agora com licença que já acabou a publicidade do Peter Pan e eu vou voltar à minha televisão.

sábado, 28 de outubro de 2006

Saborosa

Só por si, já acho o futebol um desporto um tudo ou nada ridículo. Vamos lá admitir que ter vinte e dois badamecos num campo relvado a correr atrás de uma bola não é a coisa mais interessante de se ver. Sim, eu sei que também vejo futebol lá de tempos a tempos, mas não é essa a questão. Não vejo, pessoalmente, razão para considerar futebolistas pessoas de tão elevado estatuto social. E agora saem-se-me com esta! Não é que a TVI, num programa qualquer, se decidiu a mostrar uma entrevista do senhor Simão Sabrosa a jogar, não futebol (isso seria mais normal) mas xbox? Ironia das ironias, estava a jogar um jogo de futebol e perdeu para um miudo de 12 anos. Oh Deus ao ponto a que chegamos! Uma entrevista só porque o gajo entreteve-se a jogar xbox? Nem que fosse o Bill Gates, quanto mais um gajo com nome duvidoso. Isto é televisão? É que já não me bastava aturar as manias de celebridades que aqueles trolhas armados em importante tem. Agora até parece que tenho alguma espécie de interesse em saber o que raio eles jogam. A não ser que se joguem de uma ponte, a mim não me interessa. Tenho dito.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

A título de conselho

Bem sei que não tenho um doutoramento em economia ou uma homosexualidade qualquer dessas, mas cá vai um conselho. Querem de uma vez por todas acabar com o défice? Simples, há dois actos que deveriam ser sujeitos a multa, sendo que o valor revertia totalmente para o abatimento do défice. Ia ser bonito, era dois mesinhos e estava a história toda resolvida.
  1. Aos senhores que passam no seu carrinho e babam desalmadamente para qualquer ser do sexo feminino (travestis incluidos) seria aplicada uma coima, de valor variável entre os 50 e os 100 euros dependendo do tempo que afastassem a vista daquele promenorzinho importante que é a condução e dos piropos que mandassem. Um 'Oh bouaa!' seria portanto mais barato do que um elaborado 'O teu pai era pintor? É que te fez uma obra prima!' O sotaque também seria uma condicionante valorativa. Sotaque cerrado de Camera de Lobos daria automaticamente direito aos 100 euros, entregues em mão ao senhor agente da lei, não fossem os fulanos desaparecer sem pagar.
  2. Aos ilustres homens das obras, por parametros muito semelhantes aos acima descritos. A multa seria contudo mais barata, entre os 50 e os 75 euros, que já se sabe que emigrantes ilegais é aquela história nos pagamentos (os empreiteiros agradecem). Seria punível qualquer demonstração libidinosa, desde um 'Oh dama, deixa ver o teu 3G' berrado do terceiro andar, a um 'Psst, psst, saio às oito, vai ter à rua dos Aranhas' seguido de um piscar de olhos e lamber de lábios.

Vá que numa de amiga nem cobro pela genial ideia. Se eu fosse a si, senhor ministro da Economia, fazia-me de casa. Acredite-me que rendia.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Sentidos dúbiosos

Existe a tal expressão 'dúbio'. Não existe o verbo 'dúbiar' nem tão pouco a expressão 'dúbioso'. Mas se existisse eu cá dúbiava seriamente desta reforma escolar.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Prova que és humano

Há neste mundo estranho da Internet uma situação que me confunde. Desde há uns tempos para cá engraçaram-se por umas letrinhas colocadas ao deus-dará num quadradinho ridículo. O objectivo é copiarmos correctamente a ordem das letras e isso abre-nos as portas a coisas nunca antes vistas. Antigamente era uma mariquice qualquer do tipo 'Abre-te Sésamo' para os que tinham a mania que eram das mil e umas noites e 'Abre a porta oh grandessíssimo filho da p*** ou ainda levas um estalo nai ventas!' para a grande maioria. Agora queres fazer um email? Letrinhas. Blog? Letrinhas. Photoblog? Letrinhas. Uma treta qualquer acabada em og? Letrinhas. Tudo bem eu acredito que tenha uma função extremamente importante e que sem elas o mundo estaria perdido. E eu até me sujeito a escrever 'ELKFN' de a cada 30 minutos de estadia virtual, até porque ameaças à internet não têm absolutamente efeito nenhum, falo por experiência própria. Mas dei de caras com uma frase, a preceder o tal quadradinho (rectangulo para não confundir ninguém), que me deixou assim um tudo ou nada indignada. 'Prove you are human'. Ok, sim senhor é verdade que um gato ou até mesmo um cão não se iria dar ao trabalho de copiar as letras. Aquilo é tudo demasiado complexo para eles e a probabilidade de um gato a saltitar num teclado acertar a sequência é reduzida. Agora eu penso, se só agora meteram as letras operacionais antes haveriam imensos animais para aí a escrever em blogs ou a criar emails (está assim explicado o porquê dos emails em cadeia). A mim bem me parecia que existiam blogs tão ridiculos que só poderiam ter sido escritos por um hamster.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Porque há coisinhas que realmente irritam

Eu gosto de transportes públicos, a sério que gosto. E os autocarros até são interessantes e tudo, longe de mim dizer mal deles, mas aquela história de levar quem quer que pague bilhete já não tem assim tanta graça. É assim, vai uma pessoa descançadinha da vida para a escola quando entra pelo autocarro adentro a seguinte personagem; alto, com ombros qu davam para três pessoas, já a puxar pó lado do calvo mas ainda assim ostentando um valente rabo de cavalo e com aquele ar de só seria aceite em dois empregos: trolha (vulgo, empregado de contrução civil) ou actor numa série daquelas tipo 'Everybody Loves Raymond'. Não era minha intenção julgar o senhor, até porque não o conheço e às tantas ele é daquelas pessoas que lê Kafka ou Nietz e a t-shirtzinha branca sem mangas era mesmo só para disfarçar. Mas é que o homem tem um hábito que me irrita profundamente, como eu disse ele é bem alto e ao que parece transpira o bastante das mãos, o que acontece é que sempre que a dita personagem entra no autocarro mete a mão no tecto e vai arrastando (o que, acreditem, faz um barulho bem irritante que parece uma ratazana a ser atropelada) até achar um lugarzinho para se sentar. E todo o santo dia entra o homem pelo autocarro com a mãozinha no tecto e aquilo vai 'IHHHHHHHHHH' a arranhar durante meia duzia de segundos que é tempo o suficiente. Juro que tentei ser tolerante e fingir que não me incomodava, mas é mais forte que eu. Decidi lançar o meu olhar de descontentamento, franzi ligeiramente a sombrancelha até mas quer me parecer que não serviu de muito, até porque hoje foi a mesma história. Hoje fui assim ao extremo, mesmo mesmo antes de apelar à violência fisica (fora o facto de ter prá í menos 30 centimetros), e juntei ao meu olhar de descontentamento um abanar de cabeça em jeito de protesto. A ver vamos se o senhor aprendeu. Pelo sim pelo não amanhã levo a minha pistola e se o homem mete a mão no tecto vai ser 'IHHHHHHHHHHH' BANG, silêncio.

Mais uma das baboseiras da Lais

Embora não saiba como escrever isto, tenho uma dúvida:
Os nossos (os meus, pelo menos) pais ensinam-nos a nunca confiar em ninguém, a não aceitar bombons de pessoas que não conhecemos, entre outras coisas do mesmo género.
A minha questão. Os meus pais são casados, logo confiam nas pessoas, e CLARO que aceitaram bombons (e não só) de pessoas que não conheciam - bem - .
Logo, os meus pais estão-me a mentir e dizem pra confiar neles, e não nas outras pessoas (que não aceitam bombons nem outras coisas de outras pessoas). E isto é uma farsa. Afinal, ah créde, este mundo não pode ser, não é digno, se nem nos nossos pais, ah isto emociona-me. ah credo, ah já nem sei. Tá, acabou. (não acabou bem porque eu tinha mais qualquer coisa pra dizer mas já não lembro, olha, que se lixe.)

Agora com licença, que vou oferecer um bombom aquele menino jeitoso que encontra-se a porta e falar-lhe dos meus problemas sobre o mundo.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Ele merece

Aquela coisa a que ridiculamente chamam de ensino quando conjugado com uma incrivel falta de paciencia para todo e qualquer tipo de informação noticiosa resulta numa incapacidade de postar.
Contudo venho a este blog demonstrar o meu apreço e solidariedade à ilustre personalidade madeirense, que tanto colaborou por tornar esta ilha num jardim à beira mar plantado com escoamento de àguas incluido, aquele senhor a que carinhosamente apelidam de Tio Alberto tal é a proximidade que tem com o povo, Alberto João Jardim. Sim, porque uma pessoa daquelas merece um louvor. Diria uma estátua, até, não fosse isso dar demasiado trabalho. Tantas são as suas virtudes que me perderia em palavras mas uma, uma em especial, vou mencionar. O senhor deveria ser elevado a ministro das relações estrangeiras (sem nunca perder o cargo de presidente, note-se) aqui da região. É de tal modo capaz de transmitir uma impressão duradora aos habitantes desse país distante que é Portugal, impressão por vezes confundida com urticária, que começo a acreditar que foi abençoado pelos santinhos todos, a virgem maria (pastores e ovelhas incluidas) e jesus até, porque aquilo não é natural. Tem o dom da palavra, nunca vi coisa igual, o que quer que diga deixa todos os ouvintes de olhos esbugalhados e cintilantes de admiração, deixa um pensamento geral de 'mas este homem existe?', deixa uma curiosidade para saber o que há de se seguir. De vez em quando sai-se com teorias dignas de fazer concorrência ao próprio Dan Brown (Tio Alberto, se estiver a ler isto aqui vai um conselho de amiga: escreva um livro, melhor, grave um CD) como a outra de o Governo estar contra a ilha e de nos estarem a tentar levar à ruina tirando os fundos que seriam utilizados, eventualmente, em mais um tunel ou, com sorte, num campo qualquer de futebol. Sim, ministro das relações estrangeiras, para não perder o meu raciocinio, porque além do mais dá-se assim muito bem com todos aqueles emigrantes chineses e indianos e por aí além. Ainda me lembro da famosa declaração 'Esses chineses que voltem todos pá sua terra' com uma pontinha de saudade. Deixo desde já por escrito (para depois não dizerem que às tantas não tinha dito nada e que agora só quero é cair nas boas graças do presidente/ministro r.e.) que tem todo o meu apoio.

sábado, 23 de setembro de 2006

Quando faltar a Amukina morre meio país

Se há coisa que me irrita é o facto de estarmos a amaricar este mundinho em que vivemos. Antes não havia Amukina nem aqueles sprays que eliminam prá í 99% das bacterias, não existiam Danoninhos. Comiamos figos roubados do vizinho, ameixas directamente apanhadas da arvore, bebiamos pseudo-chás que nem eram fervidos, brincavamos na terra. Caíamos e esfolavamo-nos todos e não iamos a correr pó Betadine. Não tinhamos toalhitas Kandu na casa de banho, era papel higiénico e desenrrascavamo-nos bem. Não morremos pelas bactérias. Não morremos por não tomar o Essencial diario. Crescemos e tornamo-nos bem, mesmo que digam que somos uma geração falhada.
Agora deixem-se vocês de paneleiradas e arranjem uma vida a serio, que entre tantos cintos de segurança falta tempo para aproveitar.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Há o Modelo e há os que vão atrás

Ideia para o post gentilmente cedida por Joana Anjo.

É impossivel ainda não ter visto a nova publicidade do Modelo. O conceito é simples, o Modelo é o génio das cadeias de supermercados, responsável pela secular ideia de baixar os preços. Além do Modelo há todos os restantes, aqueles incompetentes parasitas da sociedade que não fazem mais nada além de passar dias enfiados no Modelo a constatar a brilhante estratégia de markting que é baixar os preços como se não houvesse amanhã. Sim, tudo muito bonito e credível mas, digo eu, não muito eficaz.
Ninguém quer saber quem baixou os preços primeiro, desde que eles estejam baixos não há problema. Isto a mim parece-me histórias de putos, com aqueles dialogos do: 'Ah, quero o novo Playmobil'; 'Também queroooooo'; 'Eu disse primeiro! Nha nha nha nha nha!' e o segundo puto já não podia comprar o novo Playmobil. Pode ser só de mim, mas não vou ao Modelo, só por ter sido o primeiro, se tenho um Pingo Doce praticamente do outro lado da estrada. Não vou gastar duas vezes mais em gasolina para ir ao Modelo só porque ele tem a mania que é original.

Tenho cá para mim que isto é só um amuo de crianças para gente grande.

domingo, 10 de setembro de 2006

puntz puntz puntz puntz

Hoje fiz-me à noite do electrónico madeirense, aqueles eventos cujo nome até parece de um mui digno festival de Verão mas na verdade é puntz puntz desde a meia noite até à hora do pequeno-almoço, com uma bandinha antes da meia noite só para dizer que sim.
Com algum alcool a circular no sangue, não o suficiente, até parecia minimamente interessante ao inicio. O grupo ajudava. As três sobreviventes (eu incluida), dois gémeos siameses unidos pelos lábios, o tio Jervásio e a sua acompanhante, o Filipe (o nome ajuda imenso, não?) num estado lastimável, um ucraniano ali a pseudo-dançar connosco e o Chaka e o Edgar que desapareciam melhor do que Luis de Matos. A música, vá lá, nem soava assim tão mal.
Acontece que, passada a hora inicial, perdeu-se um pedacinho a piada. Re-descobri que a musica era basicamente um puntz puntz puntz puntz puntz repetido vezes infinito, com mais qualquer coisinha insignificante por cima. E que nem as vodkas roubadas aqui e ali mudavam isso. Pelas duas da manhã arranjei um passatempo interessante, pisar os copos de plastico, mas daquele plastico rijo que estala não o plastico maricas que só fica amolgado, jogados no chão. E como me punha a pisar de uma maneira mais ou menos compassada até parecia que estava a dançar.
Depois de ter dado cabo de todos os copos num raio de 1 metro (o consumo estava fraco) e de ter percebido que devia masera ter pegado nos copos e oferecido aos sem-abrigo de junto da Sé, eles que os vendessem no mercado negro, tive de arranjar outra ocupação. Fui observando os espécimes que me rodeavam. Pontos de interesse a assinalar:
Havia uma raça qualquer de mamíferos, do sexo feminino quis me parecer, que em cima de uma plataforma qualquer abanavam tudo que Deus lhes tinha oferecido. Estavam (pouco) cobertas com um tecido branco, cuja disposição pouca lógica me fazia. Deve ser uma noção artistica que desconheço. Um colectivo do sexo masculino com ar de bovinos que sofreram uma lobotomia babava olhando para as ditas criaturas e chegava até a tirar fotos. Um momento Kodak, para mais tarde recordar.
O sexo predominante era o masculino, o que me levou a pensar que era uma convenção de homossexuais (o termo paneleiro podia ser ofensivo) não assumidos à procura de companhia. A julgar pela quantidade de abraços que se via por lá, muito rapazinho foi para casa com companhia. De outro rapazinho, entenda-se.
Os que não se enquadravam na categoria anteriormente referida atiravam-se a qualquer rapariga que se passasse à frente. Também se atirariam a um travesti, mas não vi nenhum por lá. Os seus movimentos de sedução implicavam comentar com os amigos que 'iam comer a gaja', chegar-se ao pé dela a fingir que dançavam e ir estabelecendo a maior quantidade de contacto corporal possivel. Uma cotevelada bem dada resolvia bem o problema.
Os hábitos de dança eram uma coisa bonita, quase arte. Uns mexiam apenas os pés, as mãos quando era extremamente necessário e a cabeça a abanar levemente. Os mais ousados tentavam umas manobras um tudo ou nada radicais que implicavam o corpo todo a serpentear que nem uma Shakira. Alguns metiam uma mão no ar, como que a enxotar uma mosca imaginária (ou bem real, dependendo do que tinham fumado). A maioria banboleava-se por lá, com a boa da Coral na mão. Os que já não estavam sobrios faziam um tudo em um que resultava bem comico.

Às três e meia da madrugada desisti, a musica continuava a ser uma treta e não havia alcool que a salvasse, e viemos para casa. Neste exacto momento, no chão dormem-me duas das minhas companheiras de perdição, a outra fez-se à cama. Eu, deitada no tapete de portatil em punho, oiço a banda sonora do Underground (Emir Kusturica ainda me surpreende) e presenteio-vos com este post que não terá direito a revisão. O sono é muito e a mente é fraca, qualquer incoerência mandem vir num comentário.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

À literacia

Ao contrario do que dizem as estatisticas os portugueses são um dos povos, se não o povo, mais literado da Europa. A quantidade de letras que vagueia a mil à hora pelas cabecinhas destes portugueses é tão grande que há uma necessidade fisiologica de as mandar cá para fora. E ninguém o faz tão bem como nós. Este post é para todos esses portugueses.

Aos que enchem os edificios publicos, estatuas e bancos de jardim de letras bonitas de corrector ou caneta de acetato. Aos que contribuem para que a literatura de casa de banho seja uma arte cada vez mais abrangente e variada, os que vão além do tipico 'A Débora é uma puta' e tem coragem de inovar com obras auto-biográficas e de auto-ajuda como o 'Sou gorda como uma vaca. Ajudem-me'. Aos inuteis que editam livros sem pés nem cabeça, livros de copy-past, livros que são uma autentica anedota. Aos que criam blogs onde aliviam a sua diarreia mental, os seus diazinhos insignificantes e os seus problemas que não interessam a ninguém.

A todos esses, o meu aplauso, romperam o limite da estupidez humana.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Perolas da sociedade moderna

OK, confesso, há falta de paciêcia para mais passei um daqueles dias imperdíveis enfiada em casa, sem sequer sair da cama. É que a televisão ligada e a bela da Blitz ainda por acabar eram um apelo demasiado grande. Ainda assim houve uma coisa, mesmo neste universo pequenino e limitado, que me irritou profundamente. Já o censo comum sabe que quem passa a madrugada em frente à televisão acaba por, mais cedo ou mais tarde, levar com televendas. Os problemas desta situação? Passo a enumerar:

O raio do produto que estão ali a tentar vender hoje é exactamente o mesmo que à sete anos. Agora imagine-se o tão bom que é se o stock dura e dura e dura mais que um carregamento vitalicio de pilhas Duracel.

A propaganda é sempre invarialvelmente feita no mesmo tom monofónico e preferecialmente pela mesma pessoa. Conjugado com as tão bem feitas dobragens dos ditos 'testemunhos reais' torna-se quase hipnótico e qualquer pessoa no estado de degradação mental em que se encontra às cinco da manhã sente-se compelida a ver mais e mais e descobrir o que têm aqueles génios do markting na manga.

Os produtos ou são tretas de emagrecimento ou são trens de panelas (ou formas de silicone para bolos ou pudins, não risca, não parte e é 100% lavavel) desse modo assegura-se um equilibrio. Hoje em dia já aparecem um ou outro creme para calos ou para as rugas, mas se fosse eu que mandasse metia já a Confederação Nacional de Televendas ao barulho, que estes gajos tão a brincar com o fogo!

A treta das fotos também não convence ninguém, mas eles continuam a bater na mesma tecla. Se querem soar realistas metam ao menos um asteriscozinho que diga "Estas pessoas, além de terem usado o produto e emagrecido que nem uns desalmados, foram à depilação (sim, a bela da pelagem do macho gordo desaparece miraculosamente.. Pensando bem, a de algumas femeas também), ao solário e a um bom cirugião plastico. A quem é que queremos enganar? Não são as mesmas pessoas" ou então "Não, eles não estão mais magros, estão é a vestir roupa 6 numeros acima".

Mas é tradição, ninguém se importa de ver o seu QI a diminuir radicalmente ao minuto por vegestar em frente às televendas. O que seria de uma noite de insonia sem ver o ButterflyAbs trinta mil vezes? É tudo muito bonito, agora não tentem pegar a moda das televendas é à tarde e na Sic Comédia, que ainda há quem veja aquilo num estado minimamente normal!

domingo, 27 de agosto de 2006

Belo dia para uma greve

Analizemos. Verão, mês de Agosto em toda a sua pujança, calor e uma enorme vontade de se enfiar numa praia super populada, ou num centro comercial a abarrotar, ou mesmo num daqueles lugares de piqueniques. Juntemos isso uns pobres duns enfermeiros de Matosinhos, cruelmente obrigados a usar uma farda amarela, cor que segundo eles não é funcional (?) e não dignifica 'a arte da enfermagem' como a anterior farda azul. O que sai daqui? Greve, é claro! Lamento imenso a minha incompreensão para com a vossa mui nobre causa, incompreensão apenas justificada, dirão alguns, pela falta de senso da realidade que tem os jovens delinquentes (leia-se, estudantes) desta sociedade. Mas sinceramente podiam ter arranjado uma desculpa melhorzinha. O chão do hospital era escorregadio, ou pegava demasiado, os sôres doutores olhavam para vocês com um ar de superioridade imerecida, sei lá. Qualquer uma menos fazer greve porque as novas fardas são amarelas!
Hoje está sol por cá, acho que vou fazer greve.

sábado, 26 de agosto de 2006

O bom do consumismo português

Não se queixem da economia portuguesa, não se queixem que não têm moral nenhuma para isso agora. Então vejamos bem, as bandeiras nacionais são feitas e vendidas pelos bons dos chineses. As senhoras da vida são brasileiras. Os honraveis senhores das obras, que nos presenteiam com os belos dos piropos do 'Oh boua', são ucranianos, na melhor das hipóteses africanos. As lojas que atraem os consumistas todos, espanholas. Os restaurantes, bem os restaurantes tem variedade de escolha, ou indianos, ou chineses, ou brazileiros, ou italianos, ou simplesmente aquela treta a que chamam de restaurante de fast-food americano.
Os defensores da dita diversidade cultural que não me caiam em cima, não sou racista, xenófoba ou o que raio queiram chamar. E não tenho nada contra este maralhal todo vir empregar o seu tempinho neste país dos confins. Só não gosto é depois de ter de ouvir os discursos do exmo. senhor Ministro sobre a crise da economia portuguesa e muito menos os comentários dos frequentadores de tascas armados em economistas.
Querem saber que mais? Não sou eu que ando às cambalhotas com as meninas de Ipanema nem a pagar a construção de mais um bloco de apartamentos nem muito menos a entupir as veias com o bom do hamburger ou a congestionar o cerebro com a caipirinha. Pelo resto acuso-me... afinal, se dependesse da Nação andavamos por aí como viemos ao mundo, sóbrios, nus e a morrer de fome.

Efeitos secundários

Não se pode dizer que eu seja uma pessoa atenta às noticias. Na verdade, nem me dou ao trabalho de ver o telejornal ou ler o diário se tiver algo melhor que faça. Mas ao folhear, melhor, navegar pelo Diário de Noticias (sim, internet agora tem disso) de hoje li um titulo que me prendeu a atenção: 'Anti-depressivo vendido em Portugal associado a malformações'.
Isto é genial. Já não bastava termos a maior taxa de depressões da europa e consequentemente sermos os maiores consumidores de anti-depressivos, agora ainda temos mal-formações nos putos filhos dos deprimidos crónicos. Coitados dos miudos, só serem criados por alguém que tenta cortar os pulsos por eles, os putos, não quererem comer a Ceralac já era trauma suficiente. Não precisavam do risco de morrerem aos quinze anos com um problema qualquer no coração.
Um conselho meus amigos, desistam dos anti-depressivos e criem masé um blog. O efeito é quase o mesmo e a ligeira parvoice é um efeito secundário bem mais aceitável.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

O tempo já não é o que era

Ao ritmo que estas coisas vão daqui a dias já nem sei o que é o Verão.
Ainda houve um tempo em que era sinónimo de calor todos os dias e de céu azul sempre. Quando Verão era antónimo de Inverno, lembram-se? Eu não. Dou por mim de guarda chuva em Julho. Manga comprida em Agosto. O que fizemos ao tempo? Antes não havia aquele conceito de estações do ano? Old fashioned, dizem. Lamento imenso não partilhar da mesma euforia. Da opinião de que é menos monotono assim. Não me importava nada de experimentar um Inverno a sério, com frio sempre. Venham lá dizer que a culpa é da Humanidade em geral. O tanas! Que eu sempre fui ver o rotulo da embalagem e procurar aqueles que eram 'amigos do ambiente'. E não é por isso que tenho estações. Sem eufemismos? Façam vocês a vossa parte.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

O antidoto contra o marcadorzinho azul de Salazar

Há muito tempo atrás havia um senhor chamado Salazar que tinha um marcadorzinho azul. Não era um marcador mágico mas era o suficiente para que esse senhor só lesse o que queria ler e o que era bonito. Chamaram a isso censura e o nome pegou. Ninguém escrevia nada que não passasse pelo marcadorzinho e se algo não agradasse a vista do senhor, tumbas, marcador em cima. O tempo passou, o senhor morreu e passado algum tempo também o marcador. Vieram outros senhores com cravos vermelhos e a cantar coisas da liberdade. E toda a gente ficou feliz. Inventaram a liberdade de expressão e já ninguém se lembrava do marcadorzinho. Só que há coisas que não se gostam de ler. E voltaram, devagarinho, a usar o marcador azul. Devagarinho, para que ninguém notasse. Não para riscar, que isso era contra a tal liberdade de expressão, mas para meter mais bonitinho. E voltou-se a ler só o que era bonito.

Descontentamento luso, aquela coisa que só costuma existir na mesa do café, quando todos movem mundos e montanhas. O antidoto contra o marcadorzinho azul de Salazar.