sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Do Natal (nada) Sexy

O que raio se passa na cabeça dos publicitários portugueses este ano? É que não sei bem porquê eles decidiram todos que os ícones natalícios de sempre tinham que se tornar sexys.
A Leopoldina deixou de ser o canário gigante e sobre-alimentado da nossa infância, meio esquizofrénico que ora pensa que é um homem das obras, ora o Indiana Jones. Fez uma valente plástica e tornou-se uma, vulgo, gaja toda boa. De repente aparece de roupa preta justinha, em poses de anca espetada à lá hi5 de pita armada em modelo. A pensar que é uma Lara Croft arraçada com o Matriz, a dar mortais e pontapés em tudo o que se mexa.
A Popota, que se bem me lembro nunca foi muito apologista da teoria da moral e dos bons costumes, decidiu abusar este ano. Não é que o raio do bicho aparece este ano a cantar Buraka e a abanar o seu rabo ligeiramente obeso, rodeada de sei lá quantas popotas não tão cor-de-rosa que também abanam indecentemente o rabo?
É que nem o Pai Natal se safou este ano, que a Worten teve a brilhante ideia de o enfiar nuns calções dolorosamente curtos e justos, todo armado em surfista. Ninguém, no seu perfeito estado de espírito, quer ver as pernas albinas do Pai Natal. Mas pronto, tá na moda ser sexy por isso siga.
Eu sei que as crianças dos dias que correm já perderam toda a inocência mas, porra, é Natal! Não é o Salão Erótico de Lisboa.
Se as coisas continuam assim, nem quero imaginar o próximo Natal. Cruzes, a Popota vai fazer danças eróticas em topless, o Pai Natal aparece nú deitado numa pose à lá Playboy e a Leopoldina só Deus sabe o que há de fazer.

Tenha Deus piedade das nossas almas.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dos multibancos falantes

Se há uma coisa que me faz confusão são multibancos que acham que devem falar. É assim, eu acredito que o facto de eles darem instruções até impede que muita gente distraída veja o seu cartão comido pela máquina, por tê-lo deixado lá demasiado tempo. Mas há coisas no fantástico mundo dos multibancos falantes que me irritam.
Uma pessoa que é apanhada desprevenida por uma destas criaturas apanha sempre um susto do caraças. Porque estamos lá descansados a levantar dinheiro, ou a pagar contas, ou o raio que seja, e a máquina, que nós inocentemente achávamos que ia ignorar-nos como é hábito, manda-nos um berro a dizer para retirar o cartão. E, claro, uma pessoa dá um pulo, em frente às outras dez pessoas que estão na fila, que ficam a olhar-nos como se fossemos otários.
Porque sim, todos os multibancos falantes gritam em vez de falar. Aquilo só tem um volume e é, invariavelmente, muito alto. Suponho que seja para o caso de um velhote com problemas de audição, e faz sentido. Mas convenhamos que é um pedacinho desagradável ter uma máquina a gritar connosco, especialmente quando são oito da manhã.
E só mais uma coisa, devia haver algum controlo do horário desses multibancos que falam. Tudo bem que falem às quatro da tarde, quando há multidões e polícias na rua, agora às quatro da manhã a história é outra. Porque estar sozinho de madrugada a levantar dinheiro e de repente a máquina mandar um berro de "RETIRE O SEU DINHEIRO" manda mais estrondo do que andar com um post-it escrito "Assaltem-me!" na testa.