sábado, 21 de maio de 2011

Da Evolução dos Jeovás

Isto é um aviso para todos aqueles que, como eu, achavam que já sabiam reconhecer os sinais externos identificadores de um Testemunha de Jeová: eles estão a evoluir. Tenham cuidado.
Meses de observação cuidadosa e alguns encontros traumáticos levaram-me a acreditar que já era capaz de reconhecer uma destas criaturas e pôr-me a milhas. Ou simplesmente não lhes abrir a porta.
Durante meses funcionou. Alguém tocava à campainha e eu, silenciosamente, aproximava-me da porta, olhava pelo buraquinho e procurava pelos indícios (que não eram assim tão complicados de encontrar, convenhamos).
Porque um testemunha de jeová identifica-se (ou identificava-se melhor dizendo) por algumas características distintivas. Primeiro porque andam sempre aos pares. Depois há que notar o vestuário, que é invariavelmente completamente destituído de qualquer sentido estético, e nunca posterior aos anos 80. No par há sempre, sempre, um elemento que é estrábico e/ou usa óculos de fundo de garrafa com armações tão grossas que usados como arma de arremesso matavam qualquer um. Finalmente notam-se os belos dos sapatos lustrosos, que se não são ortopédicos enganam bem.
Mas se estes sinais inconfundíveis não forem suficientes, confesso que eu própria demorei algum tempo a aperfeiçoar esta técnica o que resultou em alguns infelizes encontros, há sempre os indícios mais gritantes, impossíveis de não reparar. Como a pasta de documentos preta, a bíblia na mão e a boa da Sentinela no bolso. Não há que enganar.
Só que toda a gente sabe que sem pessoas a quem pregar sobre o reino de deus na terra e a salvação das almas, os jeovás definham e morrem. E então, à laia de táctica de sobrevivência darwiniana (irónico, visto que eles não acreditam na evolução das espécies) os jeovás tão lentamente a mudar as suas características distintivas, de modo a continuar a surpreender vítimas inocentes e educá-las, leia-se chateá-las, com citações mal-amanhadas da bíblia.
E por isso ontem, quando duas senhoras razoavelmente jovens, surpreendentemente bem vestidas e não-estrábicas, saliente-se, me tocaram à campainha eu, incautamente, abri a porta. E prontos, lá tinha eu sido emboscada. Elas rapidamente tiraram uma mini-bíblia que estava escondida na sua mala e lá desataram a falar do "Senhor Jesus" e companhia, para minha grande infelicidade.
Já disse e repito: Tenham cuidado, muito cuidado! Eles andem aí!