quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Ele merece

Aquela coisa a que ridiculamente chamam de ensino quando conjugado com uma incrivel falta de paciencia para todo e qualquer tipo de informação noticiosa resulta numa incapacidade de postar.
Contudo venho a este blog demonstrar o meu apreço e solidariedade à ilustre personalidade madeirense, que tanto colaborou por tornar esta ilha num jardim à beira mar plantado com escoamento de àguas incluido, aquele senhor a que carinhosamente apelidam de Tio Alberto tal é a proximidade que tem com o povo, Alberto João Jardim. Sim, porque uma pessoa daquelas merece um louvor. Diria uma estátua, até, não fosse isso dar demasiado trabalho. Tantas são as suas virtudes que me perderia em palavras mas uma, uma em especial, vou mencionar. O senhor deveria ser elevado a ministro das relações estrangeiras (sem nunca perder o cargo de presidente, note-se) aqui da região. É de tal modo capaz de transmitir uma impressão duradora aos habitantes desse país distante que é Portugal, impressão por vezes confundida com urticária, que começo a acreditar que foi abençoado pelos santinhos todos, a virgem maria (pastores e ovelhas incluidas) e jesus até, porque aquilo não é natural. Tem o dom da palavra, nunca vi coisa igual, o que quer que diga deixa todos os ouvintes de olhos esbugalhados e cintilantes de admiração, deixa um pensamento geral de 'mas este homem existe?', deixa uma curiosidade para saber o que há de se seguir. De vez em quando sai-se com teorias dignas de fazer concorrência ao próprio Dan Brown (Tio Alberto, se estiver a ler isto aqui vai um conselho de amiga: escreva um livro, melhor, grave um CD) como a outra de o Governo estar contra a ilha e de nos estarem a tentar levar à ruina tirando os fundos que seriam utilizados, eventualmente, em mais um tunel ou, com sorte, num campo qualquer de futebol. Sim, ministro das relações estrangeiras, para não perder o meu raciocinio, porque além do mais dá-se assim muito bem com todos aqueles emigrantes chineses e indianos e por aí além. Ainda me lembro da famosa declaração 'Esses chineses que voltem todos pá sua terra' com uma pontinha de saudade. Deixo desde já por escrito (para depois não dizerem que às tantas não tinha dito nada e que agora só quero é cair nas boas graças do presidente/ministro r.e.) que tem todo o meu apoio.

sábado, 23 de setembro de 2006

Quando faltar a Amukina morre meio país

Se há coisa que me irrita é o facto de estarmos a amaricar este mundinho em que vivemos. Antes não havia Amukina nem aqueles sprays que eliminam prá í 99% das bacterias, não existiam Danoninhos. Comiamos figos roubados do vizinho, ameixas directamente apanhadas da arvore, bebiamos pseudo-chás que nem eram fervidos, brincavamos na terra. Caíamos e esfolavamo-nos todos e não iamos a correr pó Betadine. Não tinhamos toalhitas Kandu na casa de banho, era papel higiénico e desenrrascavamo-nos bem. Não morremos pelas bactérias. Não morremos por não tomar o Essencial diario. Crescemos e tornamo-nos bem, mesmo que digam que somos uma geração falhada.
Agora deixem-se vocês de paneleiradas e arranjem uma vida a serio, que entre tantos cintos de segurança falta tempo para aproveitar.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Há o Modelo e há os que vão atrás

Ideia para o post gentilmente cedida por Joana Anjo.

É impossivel ainda não ter visto a nova publicidade do Modelo. O conceito é simples, o Modelo é o génio das cadeias de supermercados, responsável pela secular ideia de baixar os preços. Além do Modelo há todos os restantes, aqueles incompetentes parasitas da sociedade que não fazem mais nada além de passar dias enfiados no Modelo a constatar a brilhante estratégia de markting que é baixar os preços como se não houvesse amanhã. Sim, tudo muito bonito e credível mas, digo eu, não muito eficaz.
Ninguém quer saber quem baixou os preços primeiro, desde que eles estejam baixos não há problema. Isto a mim parece-me histórias de putos, com aqueles dialogos do: 'Ah, quero o novo Playmobil'; 'Também queroooooo'; 'Eu disse primeiro! Nha nha nha nha nha!' e o segundo puto já não podia comprar o novo Playmobil. Pode ser só de mim, mas não vou ao Modelo, só por ter sido o primeiro, se tenho um Pingo Doce praticamente do outro lado da estrada. Não vou gastar duas vezes mais em gasolina para ir ao Modelo só porque ele tem a mania que é original.

Tenho cá para mim que isto é só um amuo de crianças para gente grande.

domingo, 10 de setembro de 2006

puntz puntz puntz puntz

Hoje fiz-me à noite do electrónico madeirense, aqueles eventos cujo nome até parece de um mui digno festival de Verão mas na verdade é puntz puntz desde a meia noite até à hora do pequeno-almoço, com uma bandinha antes da meia noite só para dizer que sim.
Com algum alcool a circular no sangue, não o suficiente, até parecia minimamente interessante ao inicio. O grupo ajudava. As três sobreviventes (eu incluida), dois gémeos siameses unidos pelos lábios, o tio Jervásio e a sua acompanhante, o Filipe (o nome ajuda imenso, não?) num estado lastimável, um ucraniano ali a pseudo-dançar connosco e o Chaka e o Edgar que desapareciam melhor do que Luis de Matos. A música, vá lá, nem soava assim tão mal.
Acontece que, passada a hora inicial, perdeu-se um pedacinho a piada. Re-descobri que a musica era basicamente um puntz puntz puntz puntz puntz repetido vezes infinito, com mais qualquer coisinha insignificante por cima. E que nem as vodkas roubadas aqui e ali mudavam isso. Pelas duas da manhã arranjei um passatempo interessante, pisar os copos de plastico, mas daquele plastico rijo que estala não o plastico maricas que só fica amolgado, jogados no chão. E como me punha a pisar de uma maneira mais ou menos compassada até parecia que estava a dançar.
Depois de ter dado cabo de todos os copos num raio de 1 metro (o consumo estava fraco) e de ter percebido que devia masera ter pegado nos copos e oferecido aos sem-abrigo de junto da Sé, eles que os vendessem no mercado negro, tive de arranjar outra ocupação. Fui observando os espécimes que me rodeavam. Pontos de interesse a assinalar:
Havia uma raça qualquer de mamíferos, do sexo feminino quis me parecer, que em cima de uma plataforma qualquer abanavam tudo que Deus lhes tinha oferecido. Estavam (pouco) cobertas com um tecido branco, cuja disposição pouca lógica me fazia. Deve ser uma noção artistica que desconheço. Um colectivo do sexo masculino com ar de bovinos que sofreram uma lobotomia babava olhando para as ditas criaturas e chegava até a tirar fotos. Um momento Kodak, para mais tarde recordar.
O sexo predominante era o masculino, o que me levou a pensar que era uma convenção de homossexuais (o termo paneleiro podia ser ofensivo) não assumidos à procura de companhia. A julgar pela quantidade de abraços que se via por lá, muito rapazinho foi para casa com companhia. De outro rapazinho, entenda-se.
Os que não se enquadravam na categoria anteriormente referida atiravam-se a qualquer rapariga que se passasse à frente. Também se atirariam a um travesti, mas não vi nenhum por lá. Os seus movimentos de sedução implicavam comentar com os amigos que 'iam comer a gaja', chegar-se ao pé dela a fingir que dançavam e ir estabelecendo a maior quantidade de contacto corporal possivel. Uma cotevelada bem dada resolvia bem o problema.
Os hábitos de dança eram uma coisa bonita, quase arte. Uns mexiam apenas os pés, as mãos quando era extremamente necessário e a cabeça a abanar levemente. Os mais ousados tentavam umas manobras um tudo ou nada radicais que implicavam o corpo todo a serpentear que nem uma Shakira. Alguns metiam uma mão no ar, como que a enxotar uma mosca imaginária (ou bem real, dependendo do que tinham fumado). A maioria banboleava-se por lá, com a boa da Coral na mão. Os que já não estavam sobrios faziam um tudo em um que resultava bem comico.

Às três e meia da madrugada desisti, a musica continuava a ser uma treta e não havia alcool que a salvasse, e viemos para casa. Neste exacto momento, no chão dormem-me duas das minhas companheiras de perdição, a outra fez-se à cama. Eu, deitada no tapete de portatil em punho, oiço a banda sonora do Underground (Emir Kusturica ainda me surpreende) e presenteio-vos com este post que não terá direito a revisão. O sono é muito e a mente é fraca, qualquer incoerência mandem vir num comentário.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

À literacia

Ao contrario do que dizem as estatisticas os portugueses são um dos povos, se não o povo, mais literado da Europa. A quantidade de letras que vagueia a mil à hora pelas cabecinhas destes portugueses é tão grande que há uma necessidade fisiologica de as mandar cá para fora. E ninguém o faz tão bem como nós. Este post é para todos esses portugueses.

Aos que enchem os edificios publicos, estatuas e bancos de jardim de letras bonitas de corrector ou caneta de acetato. Aos que contribuem para que a literatura de casa de banho seja uma arte cada vez mais abrangente e variada, os que vão além do tipico 'A Débora é uma puta' e tem coragem de inovar com obras auto-biográficas e de auto-ajuda como o 'Sou gorda como uma vaca. Ajudem-me'. Aos inuteis que editam livros sem pés nem cabeça, livros de copy-past, livros que são uma autentica anedota. Aos que criam blogs onde aliviam a sua diarreia mental, os seus diazinhos insignificantes e os seus problemas que não interessam a ninguém.

A todos esses, o meu aplauso, romperam o limite da estupidez humana.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Perolas da sociedade moderna

OK, confesso, há falta de paciêcia para mais passei um daqueles dias imperdíveis enfiada em casa, sem sequer sair da cama. É que a televisão ligada e a bela da Blitz ainda por acabar eram um apelo demasiado grande. Ainda assim houve uma coisa, mesmo neste universo pequenino e limitado, que me irritou profundamente. Já o censo comum sabe que quem passa a madrugada em frente à televisão acaba por, mais cedo ou mais tarde, levar com televendas. Os problemas desta situação? Passo a enumerar:

O raio do produto que estão ali a tentar vender hoje é exactamente o mesmo que à sete anos. Agora imagine-se o tão bom que é se o stock dura e dura e dura mais que um carregamento vitalicio de pilhas Duracel.

A propaganda é sempre invarialvelmente feita no mesmo tom monofónico e preferecialmente pela mesma pessoa. Conjugado com as tão bem feitas dobragens dos ditos 'testemunhos reais' torna-se quase hipnótico e qualquer pessoa no estado de degradação mental em que se encontra às cinco da manhã sente-se compelida a ver mais e mais e descobrir o que têm aqueles génios do markting na manga.

Os produtos ou são tretas de emagrecimento ou são trens de panelas (ou formas de silicone para bolos ou pudins, não risca, não parte e é 100% lavavel) desse modo assegura-se um equilibrio. Hoje em dia já aparecem um ou outro creme para calos ou para as rugas, mas se fosse eu que mandasse metia já a Confederação Nacional de Televendas ao barulho, que estes gajos tão a brincar com o fogo!

A treta das fotos também não convence ninguém, mas eles continuam a bater na mesma tecla. Se querem soar realistas metam ao menos um asteriscozinho que diga "Estas pessoas, além de terem usado o produto e emagrecido que nem uns desalmados, foram à depilação (sim, a bela da pelagem do macho gordo desaparece miraculosamente.. Pensando bem, a de algumas femeas também), ao solário e a um bom cirugião plastico. A quem é que queremos enganar? Não são as mesmas pessoas" ou então "Não, eles não estão mais magros, estão é a vestir roupa 6 numeros acima".

Mas é tradição, ninguém se importa de ver o seu QI a diminuir radicalmente ao minuto por vegestar em frente às televendas. O que seria de uma noite de insonia sem ver o ButterflyAbs trinta mil vezes? É tudo muito bonito, agora não tentem pegar a moda das televendas é à tarde e na Sic Comédia, que ainda há quem veja aquilo num estado minimamente normal!