domingo, 10 de setembro de 2006

puntz puntz puntz puntz

Hoje fiz-me à noite do electrónico madeirense, aqueles eventos cujo nome até parece de um mui digno festival de Verão mas na verdade é puntz puntz desde a meia noite até à hora do pequeno-almoço, com uma bandinha antes da meia noite só para dizer que sim.
Com algum alcool a circular no sangue, não o suficiente, até parecia minimamente interessante ao inicio. O grupo ajudava. As três sobreviventes (eu incluida), dois gémeos siameses unidos pelos lábios, o tio Jervásio e a sua acompanhante, o Filipe (o nome ajuda imenso, não?) num estado lastimável, um ucraniano ali a pseudo-dançar connosco e o Chaka e o Edgar que desapareciam melhor do que Luis de Matos. A música, vá lá, nem soava assim tão mal.
Acontece que, passada a hora inicial, perdeu-se um pedacinho a piada. Re-descobri que a musica era basicamente um puntz puntz puntz puntz puntz repetido vezes infinito, com mais qualquer coisinha insignificante por cima. E que nem as vodkas roubadas aqui e ali mudavam isso. Pelas duas da manhã arranjei um passatempo interessante, pisar os copos de plastico, mas daquele plastico rijo que estala não o plastico maricas que só fica amolgado, jogados no chão. E como me punha a pisar de uma maneira mais ou menos compassada até parecia que estava a dançar.
Depois de ter dado cabo de todos os copos num raio de 1 metro (o consumo estava fraco) e de ter percebido que devia masera ter pegado nos copos e oferecido aos sem-abrigo de junto da Sé, eles que os vendessem no mercado negro, tive de arranjar outra ocupação. Fui observando os espécimes que me rodeavam. Pontos de interesse a assinalar:
Havia uma raça qualquer de mamíferos, do sexo feminino quis me parecer, que em cima de uma plataforma qualquer abanavam tudo que Deus lhes tinha oferecido. Estavam (pouco) cobertas com um tecido branco, cuja disposição pouca lógica me fazia. Deve ser uma noção artistica que desconheço. Um colectivo do sexo masculino com ar de bovinos que sofreram uma lobotomia babava olhando para as ditas criaturas e chegava até a tirar fotos. Um momento Kodak, para mais tarde recordar.
O sexo predominante era o masculino, o que me levou a pensar que era uma convenção de homossexuais (o termo paneleiro podia ser ofensivo) não assumidos à procura de companhia. A julgar pela quantidade de abraços que se via por lá, muito rapazinho foi para casa com companhia. De outro rapazinho, entenda-se.
Os que não se enquadravam na categoria anteriormente referida atiravam-se a qualquer rapariga que se passasse à frente. Também se atirariam a um travesti, mas não vi nenhum por lá. Os seus movimentos de sedução implicavam comentar com os amigos que 'iam comer a gaja', chegar-se ao pé dela a fingir que dançavam e ir estabelecendo a maior quantidade de contacto corporal possivel. Uma cotevelada bem dada resolvia bem o problema.
Os hábitos de dança eram uma coisa bonita, quase arte. Uns mexiam apenas os pés, as mãos quando era extremamente necessário e a cabeça a abanar levemente. Os mais ousados tentavam umas manobras um tudo ou nada radicais que implicavam o corpo todo a serpentear que nem uma Shakira. Alguns metiam uma mão no ar, como que a enxotar uma mosca imaginária (ou bem real, dependendo do que tinham fumado). A maioria banboleava-se por lá, com a boa da Coral na mão. Os que já não estavam sobrios faziam um tudo em um que resultava bem comico.

Às três e meia da madrugada desisti, a musica continuava a ser uma treta e não havia alcool que a salvasse, e viemos para casa. Neste exacto momento, no chão dormem-me duas das minhas companheiras de perdição, a outra fez-se à cama. Eu, deitada no tapete de portatil em punho, oiço a banda sonora do Underground (Emir Kusturica ainda me surpreende) e presenteio-vos com este post que não terá direito a revisão. O sono é muito e a mente é fraca, qualquer incoerência mandem vir num comentário.

10 comentários:

Anónimo disse...

A unica (não bem) incoerencia que encontro é "puntz puntz puntz" é musica digna dos ceus. (mas depois, eu tambem nao tenho assim tao bom gosto) o que a maioria das pessoas desconhece é que algumas dessas musicas têm letras.

Mas ok, eu gostei do teu passatempo e também haveria gostado do passatempo daqueles gajos que faziam-se até a um travesti, se houvesse algum, se tivesse ido. :)

nao tive paciencia pra fazer o login, Lais.

ScreenLock disse...

Parecendo que não, eu até percebo qualquer coisinha de puntz puntz puntz, sei por exemplo que existem dois tipos de puntz: o com letras (eu gosto de Fishspooner e isso é electronico) e o sem (mais só a batida e uma frase ou outra só para fazer a vez). Isto até tem uns nomes todos bonitinhos, mas a minha memoria não se deu ao trabalho.
Não sou tão quadrada quanto pareço.

Lúcia Isabel Ribeiro Sousa disse...

Meu Deus .. que noite!
Michael Montéz .. OLÉ!

é gay gay gay (e não é o montéz, mui macho,... mui macho)

Anónimo disse...

Mas diga.s q a maioria do pessoal tava.s cagando pó puntz...o objectivo era mesmo o convivio!
E eu até gosto de puntz por isso..s bem q a mnha companhia (meu joaozinho lindo^^) tava mto melhor q o puntz..=D
Além de tar com vcs...aquele percurso até à tua casa, o BOLO DO CACO (o gajo ficou tdo fdd quando lhe xamamos isso), mas ele até queria dar boleia...
Sentar.s no "O" do "STOP" tb foi uma experiencia interessante...=P

Joana Anjo**

Lúcia Isabel Ribeiro Sousa disse...

ah ... e eu lembro-me de TUDO o que possa ter acontecido nessa noite!

Lúcia Isabel Ribeiro Sousa disse...

de tudo!

Lúcia Isabel Ribeiro Sousa disse...

MESMO !!!

Lúcia Isabel Ribeiro Sousa disse...

quer dizer ...

Anónimo disse...

lembrar-se de tudo tudo? DEUS, mais vale não que há incidentes bem tristes lá

dossantoslopes disse...

eu simplesmente NÃO ACREDITO que deixei aqui o comentário que deixei. Dois anos depois estou eu a escrever isto e a ouvir Emir Kusturica. Não há puntz puntz que o valha (créééds, como se isso fosse sequer possivel)!