segunda-feira, 6 de julho de 2009

Do twitter

Sim eu sei que toda a gente já falou do Twitter, que as piadas sobre isto já estão fora de prazo à meses, que até a inicial oposição mais violenta já se converteu às maravilhas desta obra tecnológica. Mas isto é só um breve acrescento vindo de alguém a quem o Twitter, até hoje, ultrapassa.
Mais ou menos quando o Twitter, armado em vilão do Bond, dominou o mundo um pró-twitteriano, tentando demonstrar a suprema utilidade desta tecnologia, contou-me a história de um cirurgião que graças ao Twitter resolveu uma mui rara complicação operatória e salvou o paciente. Admito que até foi útil, embora seja assustador imaginar um médico a twittar de bisturi na mão. Sou da opinião que se os putos não podem usar telemóveis nas aulas para não se destrairem, os médicos (regra geral, abro excepções se com isso salvarem vidas) não podem usar Twitter na sala de operações. Digo eu que é igualmente distrativo estar a olhar para o passarinho azul a ver se alguém twittou alguma coisa nova. E o mesmo se aplica a deputados parlamentares, que em vez de estarem a resolver os problemas da nação estão a insultar-se via Twitter. O que é estupido, porque antes de haver Twitter já o Parlamento servia para insultarem-se ao vivo e convenhamos que tem muita mais piada.
Além do mais, a premissa inicial do Twitter é completamente otária e sem objectivo. Consiste em dizer exactamente aquilo que estamos a fazer naquele instante. Ora, se formos honestos a unica coisa que podemos dizer é: "Estou a escrever no twitter". Porque não passa disso. Quanto muito podemos acrescentar actividades que não implicam esforço mental e que podemos com o portátil ao colo, como: "Estou a escrever no twitter, enquanto tiro um monco"; ou "Estou a escrever no twitter, enquanto como uma bola de berlim e encho o teclado de açucar"; ou mesmo "Estou na casa de banho a escrever no twitter, enquanto percebo que já não existe papel higiénico". Fora isso é tudo mentira.

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