terça-feira, 4 de agosto de 2009

Da publicidade virtual

Há boa publicidade, há má publicidade e há publicidade da internet. A publicidade da internet é o limite da irritabilidade porque, ao contrário da televisão em que basta mudar de canal, está em todo o santo site, a piscar, a fazer barulho irritante, a saltar para a frente da cara de cibernautas inocentes. Não há escapatória possível.
Abres o MSN e está lá, como que a gozar da tua cara, "Qual é a capital de Portugal? Lisboa ou Berlim.". Está mesmo a pedir que carreguemos. É uma afronta à inteligência de qualquer um, e até à falta de inteligência, que mesmo alguém burro como uma porta sabe que a capital Portugal é Lisboa. Mas tentamos resistir à tentação de validar a nossa imensa sabedoria ao carregar no botãozinho que, até que se prove o contrário, bem pode fazer explodir o computador ou coisa que se pareça.
Quando finalmente se consegue abstrair do facto do MSN estar a chamar-nos de otários por ainda não termos respondido ao raio da pergunta, e entramos num site qualquer lá está outra publicidade tão irritante que só pode ter sido inventada por criaturas sem vida própria que se enfiam no quarto a pensar qual é a maneira mais eficaz de fazer com que alguém deseje atirar o portátil, quiçá a si próprio, pela janela do 10º andar.
Pode ser um daqueles já míticos Tiro ao Ipod. Porra, com cinco mil ipodes ali a deslizar de um lado para o outro até a dormir acertava num. Não é lá grande desafio à perícia, mas ainda assim tenho a certeza que neste momento há alguém a pensar "Eu consigo acertar no raio do ipod, não consigo?" e lá clica no banner. Ou mesmo um dos inúmeros "Não é brincadeira! Você é mesmo o 25.000.000 visitante! Clique aqui para receber o seu prémio". É, se calhar, coincidencia a mais ser o 25.000.000 visitante em trinta sites diferentes por dia e todos querem oferecer-me prémios. Mas com certeza que muita gente carrega no botão. Tem de carregar, afinal de contas se aquilo ainda continua por ali é que deve dar dinheiro a alguém.
Eu sei que os publicitários da internet não devem ser criaturas assim tão sem coração cujo único entretenimento é inventar maneiras de chatear pessoas. Provavelmente só fazem aquilo para alimentar os cinco filhos, o tio entramelado e a avó acamada. Mas de cada vez que apanho um susto daqueles que quase toco no tecto só porque distraidamente passei o rato por cima do boneco que teima em me quer prever a data da morte, a troca de uma módica quantia (claro!), que desatou a rir maléficamente apetece-me matar ao pontapé o desgraçado que inventou aquela porcaria.

2 comentários:

CP disse...

Welcome back screen.
Prometo regressar e ler tudo o que entretanto perdi (agora estou no trabalhito.)

:)

André disse...

https://addons.mozilla.org/pt-PT/firefox/addon/1865 :D

tou a gozar, bom texto.